Japão

TOKYO 2020: Aplicativo de rastreamento

Questões foram levantadas sobre um aplicativo de smartphone que está sendo desenvolvido para rastrear os visitantes durante as Olimpíadas e Paraolimpíadas de Tokyo em meio à pandemia de coronavírus.

O alto custo e à quantidade de trabalho para o desenvolvimento do projeto em cinco meses, são alguns dos entraves questionados.

O Japão deve decidir até o final da primavera o número de espectadores em cada local e se aceitará visitantes do exterior. 

De acordo com uma fonte, o aplicativo é visto como uma “tábua de salvação” no controle de doenças, caso os visitantes possam entrar no país.

No entanto, a empresa desenvolvedora da tecnologia venceu a licitação em janeiro por um custo de ¥7,3 bilhões (US $ 69 milhões) – muito antes da decisão ser tomada.

“Foi feito muito cedo. É preciso haver flexibilidade nas medidas políticas, incluindo alternativas”, disse Kanako Otsuji, legislador do opositor Partido Democrático Constitucional do Japão.

O primeiro-ministro Yoshihide Suga admitiu que “não estava ciente do número exato” para desenvolver o aplicativo quando Otsuji o questionou sobre o gasto possivelmente se tornando um grande desperdício durante uma reunião do Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes.

O premiê japonês também acrescentou que vê “uso do aplicativo fora dos jogos olímpicos”.

O aplicativo estará conectado ao visto eletrônico e ao sistema HER-SYS do Ministério da Saúde, que compartilha informações sobre os infectados, além de um sistema personalizado para centralizar informações sobre a movimentação de visitantes estrangeiros, o estado de saúde e os resultados dos exames Covid-19.

Será obrigatório que os visitantes dos Jogos de Tokyo possuam smartphones e também tenham o aplicativo instalado. Em troca, eles estarão, em princípio, isentos de 14 dias de quarentena e poderão usar o transporte público.

Mas existem várias preocupações. Ainda não está claro se é possível negar a entrada a pessoas que não têm smartphones, embora seja provável que o aplicativo não possa ser usado com smartphones desenvolvidos pela gigante da tecnologia da China Huawei.

Isso também ocorre devido às recentes falhas de política digital do governo.

Embora considere os ¥7,3 bilhões um investimento adequado considerando o quanto o aplicativo pode economizar em despesas de mão de obra, o professor Tetsutaro Uehara, da Universidade Ritsumeikan, disse que o tempo está se esgotando devido às múltiplas conexões com outros sistemas.

“A carga de trabalho é simplesmente muito grande. É um cronograma extremamente difícil de estabelecer (o aplicativo) no curto período e depois ter testes repetidos”, disse ele.

Fonte: Kyodo

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