Japão

Grupos de ajuda para trabalhadores estrangeiros demitidos

Cerca de 20 pessoas formaram uma fila em uma rua na cidade de Ichinomiya, na província de Aichi, em 20 de janeiro, incluindo vários não japoneses. Eles esperavam por doações gratuitas de alimentos organizadas pelo Nowami Consultation Center, que apoia os necessitados. 

O diretor do centro, Kenko Miwa, diz que recebe um fluxo interminável de estrangeiros em busca de ajuda depois de perderem seus empregos. Há até pessoas que dizem não ter onde morar, ou estão sobrecarregadas com dívidas ou doenças, e algumas delas também têm doenças mentais.

De acordo com o censo nacional de 2020, os estrangeiros representavam cerca de 2% da população trabalhadora do Japão com 15 anos ou mais. O número de trabalhadores estrangeiros na província de Aichi ficou em 188.691 em 2022, ficando atrás apenas de Tóquio. A indústria de transformação responde por 40,5% desses trabalhadores, o maior grupo.

A brasileira Sayuri Sato, que é membro do conselho da Nagoya Fureai Union, usa suas habilidades linguísticas para oferecer conselhos a trabalhadores nipo-brasileiros e outros. Ela disse que conhece muitas pessoas que assinam avisos de demissão em japonês que são apresentados a eles pela empresa, sem entender o que está escrito neles. Sato espalha a mensagem de que “os estrangeiros também devem aprender japonês adequadamente, os sistemas do Japão e assim por diante, ou não conseguirão encontrar bons empregos ou se proteger quando algo acontecer”.

A Prefeitura de Aichi tem promovido o ensino da língua japonesa e realiza encontros para troca de opiniões com a comunidade de estrangeiros, além de reuniões municipais.

Sumire Kanda, pesquisadora colaboradora do Instituto de Pesquisa em Simbiose Cultural da Universidade da Prefeitura de Aichi, destacou a importância do apoio público e disse: “É importante criar um trabalho que aproveite ao máximo a experiência e as habilidades (de trabalhadores estrangeiros), além de organizar oportunidades no campo educacional do Japão para entrar em contato com eles, estudando culturas de países estrangeiros regularmente, entre outros meios. Os governos locais precisam fornecer apoio ativo e a sociedade como um todo deve impulsionar o multiculturalismo.”

Fonte / Foto: Mainichi

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