Desvalorização do iene dificultando a vida de trabalhadores no Japão
4/06/2024
Enquanto o iene oscila nos mínimos de 34 anos em relação ao dólar, os trabalhadores migrantes no Japão enfrentam desafios crescentes para sobreviver e enviar dinheiro para suas famílias. A queda da moeda japonesa os obriga a trocar mais ienes por suas moedas nacionais, reduzindo a quantia que podem enviar ao exterior para sustentar seus entes queridos.
Se essa tendência continuar, menos trabalhadores poderão se sentir atraídos a vir para o Japão, agravando ainda mais a já severa escassez de mão-de-obra no país.
Muitos estrangeiros que trabalham no Japão enviam regularmente dinheiro para suas famílias em seus países de origem. Com a desvalorização do iene, eles precisam enviar quantias adicionais de ienes para compensar a perda de valor. Ontem, o dólar chegou a ser comercializado a ¥156,84.
Alguns desses trabalhadores aguardam para fazer remessas em um dia com uma taxa de câmbio mais favorável, mas sabem que suas famílias não podem esperar muito. A fraqueza do iene nos últimos anos atingiu duramente esses trabalhadores estrangeiros, que veem suas remessas perderem valor quando trocadas por suas moedas nacionais.
No final de outubro de 2023, o número de estrangeiros trabalhando no Japão alcançou 2.048.675, ultrapassando pela primeira vez a marca de 2 milhões, representando um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério do Trabalho.
Sustentar-se no Japão também se dificultou devido à inflação crescente. Alguns trabalhadores estrangeiros optaram por deixar o país e buscar melhores oportunidades de carreira e taxas de câmbio mais favoráveis em lugares como Canadá e Austrália.
Se o iene continuar a enfraquecer, haverá menos pessoas dispostas a trabalhar no Japão, complicando ainda mais a obtenção de mão-de-obra valiosa para a economia japonesa.