BOMBA ATÔMICA: Grupo com sobreviventes no Brasil se dissolve
A associação “Brazil Hibakusha Heiwa Kyokai” composta pelos sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki que se mudaram para o Brasil foi dissolvida em 31 de dezembro de 2020.
O anúncio foi revelado em entrevista coletiva por Kazuyuki Tamura, 78, líder de um grupo de apoio aos sobreviventes da bomba no Brasil e nos Estados Unidos.
Embora os 36 anos de atividades da associação tenham terminado oficialmente, os membros continuarão a testemunhar sobre suas experiências nos bombardeios atômicos em 1945, disse Tamura.
A associação foi formada em São Paulo no ano de 1984 pelo sobrevivente da bomba atômica Takashi Morita, hoje com 96 anos, que emigrou de Hiroshima para o Brasil, e outros membros.
No ano de 2019, após muita pressão e o reconhecimento do governo japonês, tornou-se possível para os sobreviventes da bomba atômica que residem no Brasil receberem exames em hospitais designados sem pagar despesas médicas.
Anteriormente, a associação tinha cerca de 270 membros, mas no momento de sua dissolução, o número de membros havia diminuído para 74. Os membros decidiram dissolver a associação por motivos que incluem os custos de continuar a operar como uma organização licenciada no Brasil, além do envelhecimento dos associados.
Em mensagem aos apoiadores no Japão, Morita comentou: “A palavra ‘hibakusha’ passou a ser reconhecida por muitas pessoas no Brasil como resultado de nossos 36 anos de atividades”.